Olá, Shalom, eu sou Adilson Yupi e agora estou Com a Palavra.
Início de um novo ano, e muitas pessoas desejaram, profetizaram, determinaram saúde, felicidade, prosperidade. Há pessoas que comeram uvas na virada no ano e guardaram as sementes na carteira, para dar sorte, há aquelas que pularam algumas ondas, e as que deram três pulinhos com a taça de champanhe na mão (Ahhh, e sem deixar cair uma gota no chão).
E não podemos esquecer da roupa branca. Para muitas pessoas, é "lei", passar uma virada de ano vestidas de branco, ou seja, é uma regra de comportamento que precisa ser cumprida na virada de cada ano.
Na verdade, nada adianta ser feito na virada do ano, se o nosso comportamento não for correto a cada virada dos dias de nossa jornada.
Há leis, muitas leis, as quais são importantes para regular o comportamento dos cidadãos, porém, também há regras sem nexo, criadas e copiadas.
Mas, hoje, eu estou com a palavra para falar das penas das leis.
Pena é a sanção aplicada como punição ou como reparação, é um castigo. Podemos dizer que também é um sofrimento, uma aflição imposta aos que infringirem a lei, quebrarem a regra.
Obviamente, que não há como uma lei, não ter uma pena, contudo a não observância da pena correta, na dose certa, não vai gerar o efeito de reparação, e sim de injustiça, ou seja, o efeito contrário.
No livro do profeta Jeremias, contido nas Escrituras, encontramos Deus, pela boca do profeta, mencionar algo a respeito de lei e da pena. Acompanhe.
[Jeremias 8:8-9]
Como podeis afirmar: ?Nós somos sábios e conhecemos bem toda a Torá, Lei, de Yahweh!?, quando na realidade a pena fraudulenta dos escribas a transformou em mentira?
Portanto, os entendidos e sábios serão envergonhados; ficarão atemorizados e serão capturados pelas armadilhas. Porque desprezaram a Palavra do SENHOR. Ora, que sabedoria é essa que eles alegam dominar?
Os escribas eram os eruditos homens de letra, aos quais pertenciam o estudo profissional da lei de Moisés. Sabiam tudo das leis e suas respectivas penas.
Eles, não podendo mudar a lei, a manipulavam, fraudando as penas. Suavizando ou potencializando, de acordo com os próprios interesses.
Jeremias, viveu no final do século 7 e início do século 6 a.C, ou seja, há muito tempo, porém, hoje, não é diferente daquela época.
Percebe que a diferença não está na virada de cada ano? E sim, de cada dia de nossa jornada? Não depende de regras, de leis, e sim de como a pena é aplicada.
No Brasil, para os crimes dolosos contra a vida, sejam eles tentados ou consumados, temos a figura do júri popular, o qual é responsável em analisar os autos e decidir quanto a inocência ou não do réu. E o juiz a partir dessa decisão, define a pena. Nos demais casos, não há júri, o juiz é responsável por todo o trâmite, é ele que detém todo o poder.
Lembrando, que está em processo de análise, a instituição do juiz das garantias o qual atuará na fase da investigação e um outro juiz, chamado juiz do processo, julgará o caso.
Independentemente da situação, a questão maior ainda estará na aplicação da lei em relação a pena imposta.
Muitas vezes questionamos a justiça legal estabelecida, mas e nós?
Sim, eu e você? Como agimos em relação as leis e suas penas? Quantas leis nós criamos com as respectivas penas?
Sem falar na suavidade da pena ou na potencialização dela! Tudo depende do nosso interesse, e dos stakeholders envolvidos.
Nós também, às vezes, agimos como os escribas. Como um juiz que detém todo o poder.
O ano já virou, estamos em 2020, seja como foi que você passou o réveillon, se você não estiver atento(a) a cada dia de sua jornada, quanto ao seu comportamento, nada além do ano vai mudar.
Esteja alerta quanto as leis que você está impondo a você e aos outros. Reflita quanto a suavidade ou potencialização das penas aplicadas. Seja justo em suas análises. Aja com coerência.
Temos sim, a responsabilidade em estabelecer algumas regras, como por exemplo, o horário do filho dormir, usar o celular, etc.
Regras para nós, como uma boa alimentação, exercícios físicos, etc.
Contudo, devemos estar atentos as penas. Nada de exageros.
Nada de dizer jamais, nunca mais.
Às vezes, suavizamos demais, outras, potencializamos além da conta. Sejamos justos com os outros e com nós mesmos. Tudo com equilíbrio, sempre!
Nada de criar as suas leis, e suas penas. O mundo já tem leis demais para nos preocuparmos.
Até aqui, eu estava com a palavra, agora passo a palavra para você, com algumas perguntinhas.
Será que não tem alguma situação que você suavizou demais e agora é preciso ajustar esta pena?
Da mesma forma, será que não há aquelas que potencializou demais?
Aquele pedido de perdão, não foi aquele pedido que você queria ouvir, não é mesmo?
Mas fazer o que se é você quem estabelece suas regras, entre elas as de como deveria ser um pedido de perdão!
Será que é o pedido de perdão que deve ser ajustado? Ou suas regras que estão exigentes demais na aplicação da pena?
De repente, já faz tempo que tudo aconteceu, que você suavizou, potencializou.
Faz tempo, várias viradas de ano, tempos passados, perdidos, não é mesmo?
Não importa o tempo, o que importa é que, talvez, suas regras com penas de "Nunca mais", "Jamais", e outras tantas que você criou, precisam ser ajustadas, quando não eliminadas. Será?
Bom, são algumas perguntas, que só você tem as respostas. Não é uma lei, uma regra refletir sobre cada uma delas, mas será uma pena não as responder.
Agora, é você quem está com a palavra.
Shalom!